: subs. masculino, livro antigo, calhamaço, cartapácio, livro

domingo, 9 de janeiro de 2022

O "deus" que há em nós

 



A figura de um deus está na nossa cabeça, mesmo a dos ateus.  É um exercício de imaginação e, de certa forma, tenho inveja daqueles que acreditam realmente em sua existência.  Eu gostaria de acreditar, mas não consigo.  Leio, pesquiso e ouço mas se eu desisti de enxergá-lo ou de ser cutucado, ou mesmo sentir as dores de uma punição divina depois de alguma blasfêmia que certamente proferi contra o Próprio (perceba o "P" maiúsculo) .  Li algo sobre uma inscrição achada em alguma parede do campo de concentração de Aushiwitz, algo assim: "Ele terá de explicar isso"...  Que tipo de homem provocou tudo isso e, sendo criação de um ser divino, foi autorizado a fazer e continuar fazendo.  Como pode uma criança sofrer com doenças incuráveis e levadas de nossa convivência dias, meses, poucos anos após seu nascimento.  Se há deus, Ele joga os dados para quem sofre e para os que não?  Dizem: "joguei pedras na cruz!" para explicar tristezas, tragédias pessoais etc... Será mesmo que a nossa existência está pautada não por aquilo que podemos produzir ou colaborar com o mundo, mas por aquilo que fizemos em vidas passadas, aquelas coisas que sequer lembramos ou temos a possibilidade de lembrar,  para sermos punidos.  

Nos meus tempos de repórter policial, década de 80 em Rio Claro, conheci um investigador que havia escolhido a carreira por ter perdido sua mãe assassinada por alguém desconhecido. Por mais que andasse com a pasta do crime debaixo do braço e vasculhasse lugares e interrogasse suspeitos, o caso nunca avançou...até que o pai foi acometido por algum tipo de demência e em algum momento, reconheceu ser o autor da morte...não foi bem uma confissão já que não sabia o que e para quem falava, mas esclareceu o caso.  Lembro que o tal policial cuidava do pai, não tinha irmãos...e de repente a morte da mãe foi esclarecida e, olhando para o pai, decidiu que nada mais poderia ser feito...Cuidou dele até que a morte o levou.  Oficialmente, o caso foi encerrado sem conclusão.  

Não tenho lembranças de qualquer outra vida e sequer imagino algo assim...aliás, não tenho uma outra vida preferida além dessa aqui.  Se não sou feliz, não conto com outra tentativa.  Se cometi crimes em outra vida, que tipo de punição, carma ou destino justifica eu não saber o que eu fiz de errado.  Foi isso que o policial pensou com relação ao pai: puni-lo por algo que não sabia ter feito? E quem foi punido: o pai, que assassinou a esposa ou o filho que teve que engolir o caso e seguir em frente, até que a natureza cumprisse seu fadário?

Tenho para mim que foi a ciência, ou os cientistas, que abriram o espaço para que a figura de um ser superior ganhasse espaço na humanidade.  Explico: trata-se da curiosidade científica do homem que deus existe.  Imagino o homem primitivo, mergulhado em seu próprio senso de finitude, ter buscado explicação para sua extinção física.  Se hoje ainda não temos qualquer indício de continuidade dessa vida em outra, imagino que o homem também tenha se deprimido com a falta de perspectiva e sentido. É para isso, é para aquilo que estamos aqui...a inteligência nos coloca individualmente como algo distinto dos demais.  O que pode ser pior se essa "distinção" esbarra no destino comum e geral da morte? Eu sinto uma dor que os demais não sentem e os demais tem dores que Eu não sinto...é difícil se convencer que a bala que entrou em minha carne fará minha vida escoar como qualquer outra.  

Uma senhora, vizinha, morreu há tempos... Morreu e, seu filho, após cremar seu corpo, esparramou suas cinzas no jardim da casa.  E vendeu a casa... Talvez haja algo, talvez não...o fato é que a dita senhora será esquecida.  Imagino que seja por isso que os homens criaram os cemitérios e os túmulos, cuidando para um prosseguimento do culto à vida após a morte.  Penso que esses lugares nos fazem imaginar que existe um elo ou uma passagem para o "outro" lado... Até as histórias de terror, de fantasmas, alimentam a ideia de uma continuidade, uma ponte.  Quando o fantasma assombra uma casa isso indica que há alguma coisa...que podemos ter consciência depois que nos formos e nos confrontarmos com nosso destino no sobrenatural. As almas presas no mesmo espaço que os vivos nos garante que seguimos conscientes para a eternidade. O homem soube em proveito próprio enxergar nas dúvidas da nossa existência a motivação para seguir adiante.  

Mais que isso, se o questionamento inicial que buscava explicações descambou para a criação de "deus" ou "deuses", podemos considerar natural ou explicável essa guinada: não há explicação que afirme a Sua existência.  O funil ou o gargalo se estreita na "fé", comum justamente em todas as religiões e seitas.  Não há comprovações mas existe a fé.  Acredita-se porque na fé se justifica o nada comprovado...e isso é melhor que não crer na existência de algo mais, seja lá o que isso for. Pensar que o "eu" vai desaparecer é um desapontamento que o homem não tolera. De um momento para outro, tudo se perde...definitivamente.  O vazio, o vácuo do nada não é algo atraente. O que é essa sensação de nada sentir?  O nada é desaparecer como a cinza da vizinha em um canteiro de uma casa vendida...como não vejo, não falo, não sonho, não...nada? Tenho algo que me faz pensar agora, vivo...ao morrer, tudo desaparece...tudo. Desaparece...e não temos consciência disso. As religiões navegam nessa sinistra possibilidade, dão um ar de respeito individual aos que creem no deus e sua missão pessoal contra aqueles que acreditam em outro deus.  Aos eleitos, o paraíso e a passagem plena.  Ao menos, há o conforto da fé para a perda de entes queridos.  Ser ateu é uma carga pesada para se carregar ao outro mundo: não há conforto algum e você está apenas contigo...

O que virá, para quem virá...

Estou retomando a escrita.  Esses tempos pandêmicos foram terríveis, horríveis para todos, em especial pela presença do fascista no Planalto.  Se o mundo está triste por causa do coronavírus, o Bozo tornou o Brasil uma só depressão.  A ignorância, mediocridade e prepotência tiveram ares de legitimação.  Não é difícil perceber que em terras tupiniquins a coisa está feia, ruim, miserável...voltamos ao mapa da fome. Temos brasileiros que morrem de fome, além das milhares de perdas que tivemos com a pandemia...as outras doenças não deram trégua, o desemprego registra números impressionantes...e a recuperação apresentada se dá em ocupações informais, ou seja, sem garantias trabalhistas... Bom, escrevi o que se segue e sequer tive coragem de publicar na época, há quase dois anos.  Publico agora. Servirá de registro.  Algumas coisas ainda valem, outras, nem tanto.



Tropeço no novo normal que estar por vir.  Não sei bem como a sociedade deverá se organizar a partir dessa experiência originária da pandemia, mas acho que - aparentemente - o neoliberalismo levou um golpe profundo no fígado.  Estava tranquilo demais para os especuladores do mercado financeiro internacional: no Brasil a predação foi imensa em poucos meses de governo do fascista... O que os governos anteriores, petistas, ao menos cobriam a entrega ao capital com um discurso social (ouvia falar do endividamento social como o direito ao acesso ao consumo), bem típico, que mexeu na previdência já no início do governo Lula, os governos da direita, a partir de Temer, afundaram o pé em políticas predatórias... O país se afundou em destroços...
O Covid-19 foi a oposição que ninguém quer(ia).  O fascistinha que ocupa o Planalto tem razão quando insiste na fantasiosa política de ignorar o massacre dos  - atuais - 38 mil mortes. O eixo da intervenção neoliberal de destruição do serviço público foi quebrado.  De pronto, caso não fosse a existência do SUS, essa pobre e sucateada área de atendimento social, o mal tomaria conta por completo... A capilaridade precarizada pelos políticos que tiveram assento no Planalto central mostrou-se essencial para resistir e ser a barreira para a ação do vírus...a medicina privada, logo de cara, entregou-se, disposta a não atender aquilo que entende como procedimentos deficitários... Li que há uma crise no setor privado e que reivindicam ajuda oficial.  ou seja, mostrou a cara daquilo que se sabia.  Os planos de saúde pintaram e bordaram, tiveram lucros estupendos...ouvia até a presidenta falar de um suposto "plano de saúde popular", em substituição ao SUS...e até os hospitais universitários públicos federais invadidos pela figura privatizante da EBSERH - empresa pública de caráter privado, uma porta para a quebra da autonomia universitária e outra para a exploração comercial dentro de órgãos públicos.  Nesse último caso, eram favas contadas: o governo preparou tudo para a entrega à rede privada e, como isso não interessou às empresas de saúde, que estavam com seus planos de crescimento interrompidos pela natural crise do capitalismo, continuou alimentando essa aberração privatista.... Em outras palavras, na área de saúde, o público e o gratuito se mostraram necessário para conter o mal que se espalhou indistintamente pelas classes sociais, matando o que pôde através de um vírus que viajou pelas asas do lucro do capital, na indústria do turismo, das empresas aéreas, da rede hoteleira... a classe média, doidinha para viajar e surfar nos parcelamentos à créditos a perder de vista, se responsabilizou pela transmissão.  Comecei a ouvir do Covid-19, timidamente, desde dezembro...e na quarta-feira de cinzas, o jornalismo brasileiro "descobriu" que o país do Carnaval havia convivido com milhares de turistas italianos, espanhóis...europeus em geral, quando não chineses...com beijos, suores, abraços e sexo regados a corona vírus... Dá para desconfiar que deu merda?
Na prática, vemos que algumas coisas não podem voltar a serem as mesmas.... A rede privada de saúde fracassou (vide os EUA que não puderam dar o costumeiro espetáculo de eficiência, não só por causa do Trump, mas principalmente porque jogaram as cartas em seguros pagos que estão fora do acesso da população) e, se houver a insistência na mesma política, estamos nos suicidando.  Essa história de privatizar e "fiscalizar" mostrou-se inócua...destrutiva.  Tivemos dois ministros da saúde vindos de planos de saúde...um deles se dobrou e reconheceu a necessidade do público e o outro, passivo, saiu o mais rápido que pôde...o substituto atual, um general lambe-botas, até tenta obedecer ao imbecil que nos preside, mas é obrigado a voltar a trás e assumir a culpa...como um serviçal de  pijamas.
Outra coisa que me chama a atenção, a abertura e vagas em empresas de transporte por aplicativo: foi até usado como modelo para um novo mercado de trabalho, onde o trabalhador se transformou em empreendedor... sem garantias trabalhistas que o garantem em tempos ruins, aposentadoria etc... Deu para os que foram atrás disso...e como os táxis já sofreram com essa concorrência... Além disso, as pessoas voltaram-se para dentro de suas casas e, nesse período, aprenderam a conviver com a própria família... os entregadores por bicicletas e motoboys podem ter vivenciado um início promissor, com o aumento da procura, delivery etc...mas, estamos em crise, desempregados empreendedores se esparramando por esse mundão de D'us estão procurando soluções que não é o custo de alimentos feitos por restaurantes...ou seja, aposto que o pessoal está abdicando desse serviço e fazendo a própria comida.  Se eu estou fazendo isso...
Carros, está aí outra coisa que se tornou questionável...meu irmão comentou: o que um SUV (essa aberração bólida inútil) faz que um fusca de 4 décadas de idade não está fazendo agora?...estamos nos movendo menos, em uma área geográfica limitada, restrita... o modelo de carro para isso é bem menos complexo e caro... viagens? sério mesmo que o transporte individual, privado, será o mesmo... Centenas de estabelecimentos à beira de estrada estão fechados. Acha que abrirão com a consciência que tudo voltará à realidade do passado.  Aeroportos? Creio que as empresas descobriram-se inchadas, com gordura demais e que não poderão manter a política de bilhetes populares ou preços atrativos: definitivamente, é uma área perigosa.  Provavelmente , foi por esse transporte que o vírus chegou a nós tão rápido (a China, não esqueça, é nosso maior parceiro comercial)...e até agora, as propostas para dar segurança aos passageiros são até risíveis....a falta de sintomas que não significa a ausência da doença, é uma pedra no caminho.  Creio que será bom pensarmos na saída ferroviária.


De uma hora para outra, estamos em meio  um de muitas pandemias e o drama segue até conseguirmos a cura, o que leva meses e até anos....  Acredito que a própria industria farmacêutica, que notoriamente lucrou com as doenças não contaminantes, se veem pressionadas a abrir a mão dos lucros e salvar vidas...sob o risco de se tornarem também descartáveis e, certamente, deficitárias.

A educação, ora a educação, justamente em meio à pandemia, temos um estúpido inexperiente no ministério (e que também tem orgulho de ser fascista!): sequer sabe nos dizer para onde a educação do país irá depois da crise pandêmica (aliás, qualquer atividade que estejam sendo feitas nas universidades é mera conjectura do que é menos pior...).  Com toda certeza, o malfadado ensino à distância, que hoje banaliza o ensino universitário em plataformas didático-pedagógicas que não chegam aos pés da eficiência do presencial, será voltado às classes médias e baixas.  Como essas estão em crise permanente, acredito que terão que enxugar, e bem, suas atividades.  As elites e classes médias altas não abrirão mão do ensino presencial, mesmo que adotem políticas tecnológicas de ponta.  A dedicação exclusiva à educação é quase uma obrigação e necessidade para formação da camarilha que nos explora.  Provavelmente, surgirão bolsões de ensino voltados a esses mancebos, que serão os CEOs do futuro.  O restante, mera mão-de-obra barata e especializada.  Já tínhamos detectado:  as universidades tinham deixado de ser a opção que garantia o sucesso profissional e financeiro e o crescimento das mulheres nas instituições, graduações e pós, não significaria necessariamente o avanço de teses feministas, mas justamente o contrário: os homens estariam abrindo outros caminhos para continuarem a ser os arrimo das famílias... Assim mesmo, a convivência forçada nesses últimos três meses mostrou outro caráter às famílias, o cuidado com a educação infantil deixou temporariamente de ser terceirizada, ficando nas mãos dos próprios pais...e podem ter gostado disso, em conjunto com a possibilidade de profissões que permitam o trabalho em casa (home office).  Se até eu dispensei a faxineira do trabalho (mas não o salário), imagino que a relação de divisão de tarefas dentro das famílias teve seus impactos, mexendo muito até com os relacionamentos... isso deverá ter suas repercussões naquilo que se quer, se procura e se deseja nas pessoas.... algo que a superficialidade das redes sociais (que, aliás, estão chatas e baixas) não poderá preencher... Aliás, que eu saiba, há um aumento significativo das violências contra a mulher e separações, o que imagino que se converterá em avaliações mais criteriosas com relação a namoros, noivados e casamentos...ou mesmo a encontros casuais...

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Cães e generais sem pijama

Efeito Bolsonaro duplica presença de militares no Congresso ...

Um cão no palácio não é nada mais que um cão no palácio


Desde o fim da ditadura militar nesse país, nunca tivemos tantos militares ocupando cargos ministeriais, muito menos tantos deles nos imediatamente escalões inferiores.  A lógica existe.  O fascista de plantão na presidência é oriundo, apesar de seu passado de mau soldado, do exército. O governo que temos é, per si, reflexo de um discurso virulento, de ódio e, acima de tudo, autoritário, que necessita antes de mais nada de uma retaguarda militar, já que a civil é uma ameaça. Não necessariamente de apoio popular, mas do apoio nas casernas. Assim, ao proclamar a cada minuto um suposto e unanime apoio dos quartéis para sua desvairada gestão, o discurso transforma a posse do poder armado como o instrumento principal de poder.   Para defender esse governo de feições militaristas, não há como estranhar que existam militares em sua estrutura.  Esses cidadãos carregam em si a lenda de ordem, disciplina etc.  Na prática, vivem em um mundo à parte, ostentando o papel de força da sociedade, que ação e efetivação dos supostos objetivos da sociedade.  Não são cidadãos com uniforme apenas, são profissionais treinados para serem a parede de defesa da Pátria (assim mesmo, com 'P' maiúsculo), recheado por conceitos suspeitos de honra, bandeiras e medalhas.  Nesse campo, envergam o uniforme como um segmento dito nobre, com obrigações e destino resumidos na defesa do espaço físico e geopolítico, recompensado por salários que justifiquem o arriscar da própria vida em prol da sociedade...

Blog do Paulo Fonteles Filho: A Corrupção em tempos de generais no ...


Justo e paradoxalmente, essa opção pelos milicos no governo é um problema a ser resolvido antes que se efetive seus resultados, não que haja qualquer planejamento nisso, é verdade.  Os eleitores do Bozo votaram em um sujeito que sequer imaginava que poderia ser síndico de algum prédio, quanto mais presidente da República do Brasil.  O dito projeto de governo é inexistente: por isso, para sobreviver precisa transformar as instituições de nossa hesitante democracia em um Estado autoritário. Não há qualquer outra opção para esse sujeitinho e sua corja de pijama sobreviver.  O mercado financeiro internacional está dando as cartas e o presidente é tão fraco que, imagino ( e torço) que no futuro o vejamos preso, assim como aqueles que o acompanham nessa aventura. 


 É dentro desse conceito que os militares estão sendo absorvidos pela máquina. Geralmente, poderia dizer: são fascistas também, tal qual o Messias.  Mas exatamente como o dito, sequer sabem se o fascismo é de direita ou esquerda; constitucional ou inconstitucional e por assim adiante. Como disse acima, e repito, vivem em um mundo à parte, treinando e - logo - se dedicando à possibilidade (improvável, mas real) de terem de entregar a própria vida na defesa da ....são candidatos a heróis.  Só anda faltando oportunidades para isso.  A última chance foi a IIª Guerra Mundial, mas .... sete décadas se passaram, com uma oportunidade de 21 anos de poder militar, numa suposta guerra contra o comunismo, o restabelecimento de instituições democráticas, abertura política e estamos de novo com a mesma e questionável demanda.  Está certo que já começaram a rarear os apoios...mas a eleição de 2018 trouxe ao poder um arremedo de governo militarista, das continências a bandeiras estrangeiras e, novamente, etc. 

Linha dura endurece mais com derrame de Costa e Silva | Notibras

Na prática, significa para o militar recrutado, a chance de tirar o pijama e a oportunidade de viver a chance de cumprir, em roupas civis mas com postura militar, as agruras da sociedade civil.... Antes de mais nada, significa darem um sentido para uma vida repleta de redundantes treinamentos e preparações, nunca transformadas em algo real, para nossa sorte. Claro que o país necessita de militares preparados, de profissionais que saibam o que fazer, que sejam cruéis no que treinam por fazer, mas isso descamba para o terrorismo de Estado quando isso não é acompanhado por ética. 

Existe por trás das ameaçadoras notas assinadas pelo caricato general Augusto Heleno e do apoio, regado a bebidas,que recebeu  de seus colegas de turma da Academia Militar muito mais que a sombra de uma suposta guerra civil.  Em primeiro, como cachorros, latem, mostram os dentes e ameaçam com a força que aparentam ter e os efeitos que querem ter. São atitudes - sustentadas pelas bravatas bolsonaristas - que seguem a doutrina militar brasileira, a da dissuasão como prática cotidiana.  Ou seja, quer dizer ou mandar dizer dissimuladamente que as organizações militares brasileiros estão no bolso, à espreita, para saírem a campo.  Querem que o inimigo - ou adversário – não se fie apenas no que vê, mas tema o que não vê.  Faz parte de uma pantomina que se revela perturbadora:  um bando de generais de pijamas, que se reúnem para jantar e bebericar enquanto conspiram. No poder, servindo de maçanetas para o autoritarismo, são a ameaça que acompanha a rotina do Planalto. É a sombra canina que ameaça a oposição.

Os oficiais que emplacaram 64 são das gerações que se seguiram à participação brasileira na IIª Guerra Mundial, que deu uma forma mais moderna à estrutura militar existente antes do conflito.  A participação foi limitada, um agrupamento de poucos milhares de soldados, mais ainda de pouquíssimos oficiais, uma chance de ouro para rechear a própria pasta funcional: ir para a guerra.  Dizem que o despeito de oficiais que ficaram em solo pátrio com aqueles que voltaram da Europa foi tão grande que se criou medalhas para aqueles que lutaram sem ter ido Itália.  Na prática, o exército brasileiro partiu para terras italianas com o fascismo como ideário que tomava conta e mantinha simpatizantes dentro do próprio governo de Getúlio Vargas.  Foram fascistas, voltaram democratas e destituíram Getúlio.  Os que se mantiveram no Brasil, tinham o ideário da direita que guarneceu os quartéis na década de 30.  Esse viés ficou até 64, mascarado pela modernização física, mas não ideológica, das forças armadas brasileiras.  A Marinha, notoriamente conservadora e reacionária, carregadas de dogmas elitistas; uma Força Aérea recém-criada (lembro da cassação do Brigadeiro Rui Moreira Lima, um democrata e herói do Senta a Púa, que nunca foi anistiado por defender a constituição) e um exército disposto a se tornar satélite dos interesses das empresas norte-americanas na América Latina. 

Documento da CIA sobre Geisel é perturbador

A redentora de 1964 deu aos militares brasileiros a oportunidade de serem protagonistas de uma ação que os notabilizariam na história brasileira.  Em outras palavras, gerações que não se realizaram profissionalmente (não chegaram ao conflito, conviviam com alguns que tiveram essa oportunidade), formados por uma outra escola que não a dos militares franceses do início do século XX, viam no belicismo norte-americano a notoriedade que necessitavam para chegarem à, digamos, plenitude profissional. Formavam-se em nova estrutura, baseada na de um país que atua no mundo inteiro como polícia (saiam de uma guerra para entrar em outra, ou nem saiam de uma para entrar em outra...e por assim adiante); ostentavam equipamentos dos países vencedores, ouviam consultores militares...mas não tinham a guerra que serviria para alçar aos céus a realização das vidas militares no Brasil.
Certamente, um drinque explosivo: juntamos uma formação política fascista nos quartéis, o equipamento, as técnicas de um país imperialista (sedento pelo espaço geopolítico), uma doutrina agressiva e um inimigo que se avizinhou na chamada Guerra Fria: os comunistas.  Coloca-se nessa panela o tempero de carreiras militares “incompletas”, encerradas sem qualquer conflito militar de peso e a existência de governos criados por remotas alianças à esquerda e temos o inimigo certo para a situação. 

Numa análise dos ocupantes atuais, que compartilham com o capitão de araque o desejo de sabe-se-lá-o-quê, temos agora os militares herdeiros do final da ditadura militar.  Foram criados na mais reacionária das formações políticas, que considera a sociedade civil comprometida com as ações militares, que lhes deve reverência e cumplicidade sem limites. A mentalidade e o discurso social, de respeito à constituição somente surgiu após a promulgação da carta de 1989, não antes.  A ditadura acabou em 1983/84 por podridão...caiu do pé pelo próprio impasse político na sua sustentação.  O governo foi entregue e as confabulações entre os poderes impediram que houvesse qualquer cobrança às barbaridades dos 21 anos de autoritarismo militar.  O Brasil anistiou vítimas e, de forma inédita, algozes...legitimando o imaginário militar brasileiro em torno de uma fantasiosa guerra contra o comunismo.  A omissão, que permitiu que crimes na área de direitos humanos fossem encarados como parte de uma guerra, formou a geração do fascista que temos como presidente.  Sua trajetória, a partir de seu interesse na vida militar, se iniciou em plena luta contra a guerrilha no Vale do Ribeira.  Lá, esse sujeito enxergou não a carreira militar como futuro, mas o caminho para o poder que a vida na caserna oferecia.  Seu ingresso nas escolas militares, sua formação (nada brilhante, falam, além da compensação no seu histórico de atleta) e a atenção aos seus próprios interesses são revelados quando o capitão se torna incomodo para a própria corporação.  Lembre-se quando falei da questão da plenitude profissional.  Pois bem, essa meta foi tolhida, interrompida, pelo final do regime militar...um baque nos sonhos de realização, atenuados pelo perfil dito “autêntico”  e bravateiro de ameaçar seus próprios colegas e quartéis com bombas.  Foi reformado, quando devia ter sido expulso do exército... A justiça militar colocou um fim na carreira de um militar que nunca teria as benesses de um oficial atuando na ditadura militar.  Sua plenitude.  Sua disposição em colocar bombas, tendo como motivação pública o próprio salário desenha seu caráter.

O que andam conversando entre quatro paredes os generais do ...

Podemos enxergar que ligou-se justamente, em pleno Rio de Janeiro, aos setores militares e policias excluídos, por serem raia miúda da violência oficial, da nova estrutura de poder.  Foi a base para a formação das milícias.  Se antes a corrupção corria solta e pública na estrutura repressiva carioca, a redemocratização das instituições os escanteou.  Não sem razão, vemos a relação dos Bolsonaros, na área de influência de seus gabinetes parlamentares, elementos provindos e expulsos das corporações policiais, expulsos das próprias e até elementos sob investigação...familiares dos próprios empregados na estrutura parlamentar etc.  É nesse agregado de excluídos do sistema autoritário que Bolsonaro tornou-se o representante parlamentar de currais de voto alimentados pelo crime, modo eficiente para ser eleito vereador, deputado estadual e federal, em uma trajetória parlamentar de 30 anos sem qualquer brilho...que acabou por transformá-lo em oposição histérica ao petismo, à esquerda. A própria que, na sua doentia fantasia de vida, o afastou de sua realização pessoal na abertura política e redemocratização.  Não resta dúvidas que a insistência do Messias em insistir nos ritos militares, assim como no seu passado militar interrompido por ser um mau soldado como uma espécie de concretização de sua plenitude como profissional. Seu interesse em medalhas, em dar e, principalmente, se dar medalhas...de reivindicar homenagens à sua pessoa por ter salvado uma pessoa no passado... o faz uma pessoa não só egocêntrica mas principalmente incompleta, preocupado consigo, com os chegados, nada mais.

O REGIME DE 64, SEGUNDO GENERAIS QUE O FIZERAM | F5 News - Sergipe ...

Comecei esse artigo com os militares que cercam o fascista e vou encerra-lo com eles: o que são esses militares senão aqueles que não tiveram sua carreira militar coroada com a realização daquilo para o que foram preparados?  Estão de pijamas, não tem histórias para contar a ninguém que não seja para os oriundos da própria caserna... Não são nada mais que guerreiros que não puderam se provar no campo de batalha.  É muito mais  fácil alimentar a conspiração em pessoas insatisfeitas e infelizes.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O dilema da cultura


É difícil se administrar a cultura de um país, justamente porque a cultura é daquelas áreas que se recusa a ser administrada.  Na formas mais primitivas, a cultura era vivida no cotidiano...na contemporaneidade, temos culturas e mais culturas se sobrepondo umas sobre as outras, principalmente de povos, etnias, nações assumindo papel de instrumentos de dominação de uns sobre os outros.  É nesse contexto de geopolítica que o Brasil se atravessa com vento de través, ou seja, apesar de ter uma das culturas mais diversificadas do planeta, temos a dificuldade de conviver com as que são impostas a nós.  No pós IIª Guerra, o modo de vida americano não apenas nos colocou na rotina não só as facilidades dos eletrodomésticos, mas também da adoção de usos e costumes que se confundiam com a modernidade dos vencedores da guerra.  Para os norte-americanos, éramos terras a serem exploradas, apesar de estarmos por aqui...e como missionários trouxeram a cultura de seus enlatados televisivos, de mostras do funcionamento daquela sociedade...

American Way of Life - resumo e características - Toda Matéria
Os dominadores oferecem sonhos culturais para uma parcela pequena dos dominados

Verdade seja feita, o Brasil já repetia como certas as culturas dos descobridores portugueses, dos imperialistas monárquicos ingleses; os republicanos franceses e até os alemães apitaram alguma coisa por aqui, principalmente no sul do Brasil...o século XX nos trouxe os irmãos do norte.  Quando falo que vieram para cá, falo do interesse em que os dominados considerem como certo e atrativo a cultura que  nos oferecem....isso significa no final da linha em dividendos negociais nas balanças comerciais.  Não produzimos, mas compramos o produzido porque, pelo convencimento cultural - dentro de um quadro de divisão do mundo e geopolítica - temos construído em nós a atraente identidade do dominador.  Para sermos iguais, reproduzimos procedimentos, refletimos na vestimenta, nos costumes, canções, cinema, teatro aquilo que consideramos como atraente, cômodo e ideal para nossa sobrevivência.
Fique claro, historicamente, o dominador, ou aquele que consegue impor seus costumes e sua cultura, sobrepondo seu ideal e pensamento a outro povo, não necessariamente, deseja que façamos parte de seu status quo.  Pelo contrário, por mais que tenhamos um imbecil que presta continência à bandeira norte-americana e diga "I love you" aos mandatário gringo, o foco é que nos mantenhamos em segundo plano...somos os dominados, os colonizados, os secundários... nada mais que isso....  

Pau mandado, Bolsonaro apoia deportação de brasileiros dos EUA ...
Um mau soldado, presta continência à bandeira e à cultura de outrem

Sermos mais reis que o rei, essa é a intenção...reproduzirmos uma outra cultura, dita vitoriosa significa buscarmos o sucesso que a matriz já conseguiu, de chegarmos à nossa hora.  Já ouvistes isso? Pois é...esse é o entrave que passamos... Nossa cultura é nossa própria identidade...não basta adotarmos culturalmente a de um país que nos domina política e economicamente, mas sim a de cedermos o que nos muito caro, que é nossa alma.
Uma tarefa difícil, retorno, já que somos o país de mil povos...temos a cultura dos povos originários, dos povos escravizados, dos que nos escravizaram, daqueles que quiseram nos escravizar, daqueles que tem certeza que nos escravizam...daqueles que vieram por conta, daqueles que vieram pela conta dos outros... temos superfície geográfica que abriga diferentes graus de riqueza e miserabilidade, com similaridades ao modo de vida dos franceses, do leste europeu e da Índia.... Temos sotaques e dialetos falados tanto quando o oficial lusitano...

Os Silêncios da Guerra Colonial' é apresentado hoje em Lisboa
Diversas culturas de muitas etnias africanas se juntaram para expulsar, grosso modo, a cultura dominadora portuguesa

Por falar nisso, uma vez ouvi falar que na luta por se livrar do domínio português, as então colônias de Angola e Moçambique usaram a própria língua portuguesa como fator de união e comunicação...e conseguiram sua independência, partindo disso a luta pela reconstrução de sua identidade cultural perdida nos anos anteriores....se conseguiram ou não, é outra história... A cultura, evidentemente, pela mobilidade humana, são laranjas se ajeitando numa caixa sendo carregada.  Não há imobilidade na cultura e, por essa razão, não há cultura atrasada ou primitiva. Há cultura que serve para nos por na zona de conforto da vida.  Se há algo que não é conservador é a cultura. Temos o povo mais católico que mais frequenta templos de religiões afro-brasileiras...
Por essa razão, a cultura é algo que perturba os governos autoritários...ela não se domestica, ela se adapta a novas plataformas, se aprimora, mas persiste.... trocamos o leite pelo pó que o quer substituir, mas que quer ser o leite.  Para as tiranias, a cultura é revolução, subverte os sentidos pela identidade própria e adversa a qualquer poder ... está sempre a contestar o que se pode ou não se pode, mas existe para que não haja dúvidas que o grupo a que ela pertence é representado, que deixa sua marca no palco da vida.

A Indústria Cultural e a comunicação - Amanda Santos - Medium
Querida Mafalda....

Quando falamos em administrar a cultura, estamos a falar de gerir a independências de suas manifestações, onde o Estado todo poderoso não pode nada mais fazer que garantir que aconteçam, preservando os direitos e conquistas do próprio cidadão.  Cultura não é a lembrança do "pum" do palhaço que nos remete ao passado, mas é o pixel ou a energia quântica que nos coloca em harmonia com o desenvolvimento do ser humano, seu equilíbrio e a harmonia de nosso povo em toda nossa diversidade.
A cultura sempre será um problema para o fascista.


quarta-feira, 20 de maio de 2020

Panacéia de causas e consequências

O fascista se supera no desprezo à vida, na sua incapacidade para gerir o governo e evitar que a população sofra.  No rescaldo virá a constatação que o Brasil fez a pior escolha eleitoral de sua história.

Melhor capa de 2018
Fascista: incapacidade até de fingir administrar


O que une todas as crises que estamos vivendo? O idiota que as ignora, essa é a minha resposta.
Não há que se duvidar que há uma ideologia por trás dos escombros desse governo.  É justamente ela que está levando o país à hecatombe política e econômica.  O que passa é que todos os limites razoáveis foram superados e restou apenas a constatação de um governo imberbe e incapaz de dar conta da administração federal.  Por isso a pressa de se aprovar - a toque da caixa - reformas estruturais na economia e, principalmente, a manutenção do status do neoliberalismo no país.  É claro que o mambembe governo petista aproveitou a entrada de recursos no país, mas limitou-se a executar as reformas baseados no discurso social...o endividamento da população através de linhas de créditos para pequenos manteve aquecida a economia, até mesmo através do bolsa-família (um programa feito nas coxas, mas que mantinha o dinheiro rodando nas pequenas comunidades)...mas o caráter do capitalismo e sua versão neoliberal baseia-se na especulação financeira...a crise do modelo era esperada e o Brasil não foi preparado e nem estava pronto para a crise especulativa que varreu o planeta.  Dizem que é a reciclagem do dinheiro que o capitalismo movimenta de tempos em tempos, ciclicamente, para se renovar.  Para os pequenos, que se entusiasmam com a possibilidade de ficarem ricos, de ser a hora dos pobres ou da patética classe média gastar o que não pode com o consumismo, isso se resume em crise, recessão e outras palavras que explicam a crônica pindaíba que o brasileiro já se acostumou.  Em tempos de eleição, um fascista como o nosso é um grito de desespero: ele sequer se responsabiliza pelo que fala, mas fala com a simplicidade de uma criança sobre os pontos mais superficiais do mal que assola a população.  Violência se responde com o armamento da população, com a possibilidade legal de se matar aquele que nos ameaça, não com políticas de combate à criminalidade...

Jair Bolsonaro, o embuste | Tudo Rondônia - Independente!
Na prática, sequer sabe que é um fascista

Desemprego, com a eliminação de direitos e conquistas dos trabalhadores, não com políticas de crescimento econômico e taxação das grandes fortunas.  A flexibilização da legislação trabalhista garantiu que os trabalhadores pudessem ser mais explorados e se dificultasse ainda mais o acesso à justiça...e a reforma da previdência fez o que fez para dar vantagem aos grandes empresários, que nunca perderam dinheiro (em especial os bancos) e pusessem mais e mais gente na rua....a informalidade tomou corpo pela desmotivação causada pela desesperança em torno da impossibilidade de aposentadoria.  Nos planos do neoliberalismo, do capital financeiro (onde Paulo Guedes é representante dos especuladores) , o Brasil é mero palco de atuação do mercado acionário...não há espaço para se pensar na produção, mas na especulação em torno de ganhos projetados em insinuações futuras..  Já havia essa mentalidade perversa nos governos de cripto-esquerda-petista, mas os limites indicavam que a crise iria tomar tamanho...o capital, visível nas elites, temia que os até então confiáveis esquerdistas fossem mais longe doque o planejado e tomassem de suas mãos os anéis e até alguns dedos.  Tudo para sobreviverem à prova das eleições.  A crise torna qualquer governo populista um péssimo negócio.  A própria Dilma negou o que pode a crise que se avolumava e no dia seguinte à reeleição, ensaiou um rascunho de medidas anti-recessivas...isso foi demais para a reação.  O resultado foi o impeachment da própria, o impedimento legal de Lula nas eleições de 2018 (graças à armação do Moro...em troca, supostamente de uma vaga no STF)...e o fortalecimento das candidaturas de direita.  Fosse Bozo ou o sem-tempero Amoedo, a direita estaria servida...ganhou o fascista...

Decreto de Bolsonaro substitui 'indultos salva-ladrões ou salva ...
Moro: pôs no bolso o sonho que ir para o STF

É claro que qualquer vivente sabe o Bozo não é capaz nem de ser síndico de prédio: mal soldado (porque será que isso não ofende os militares: terrorista, indisciplinado, nada brilhante...) e ele deixou claro que ele mesmo tinha conhecimento disso.  Declarou aos quatro cantos que deixaria os ministros, especialistas em suas áreas, cuidarem da administração...ele apenas assinaria.  Mas fascista é fascista....não pode viver com o sucesso de um subordinado... Hoje temos um presidente que se nega a governar...que não sabe governar... A pandemia surgiu em um momento que atropelou até os mais otimistas com o governo Bolsonaro... Que estamos afundando desde antes da pandemia, agora temos certeza de que afundaremos...e não tem lugar junto à Rose... Puro Titanic.
O próprio sujeito me parece saber que não tem condições de se manter na presidência.  Os gastos secretos do cartão funcional, a preocupação com a gestão das investigações da Polícia Federal, a insistência no uso da cloroquina e o descaso quase inumano com as milhares de mortes me apontam que ele apenas se defende...suas bravatas que "faço e aconteço" não mais encontram reverberação...busca a cumplicidade de políticos e segmentos da sociedade para manter um Álamo...

Ministro da Educação explica boletim vazado na internet | Brasil ...
Weintreub: desaforos seria  pela incapacidade de ser ministro da educação

Seu escudeiro, o ministro Abraham Weintreub, desde a dancinha na chuva, nada faz além de desaforos à comunidade acadêmica, incapaz que foi de dar qualquer diretriz na área da educação...e as universidades públicas, apesar dos ataques, respondem (e, basicamente, é de lá que saem as respostas) se colocando no combate científico ao corona vírus.  Diga-se de passagem, apesar do menosprezo do Bozo com as mortes e a doença.  Nesse caráter, a disputa que o ministro da educação trava para manter a data do Enem é simplesmente jogo de cena para alguém que nada fez.  Defender que a meritocracia, ou a absurda argumentação que o Enem não é instrumento de justiça social (mas para seleção dos "melhores") é fazer jus à política bolsonarista da discriminação e favorecimento dos ricos em um país de miseráveis.  Não se trata apenas da utilização de um remédio que está longe de ser adequado ao tratamento de uma doença, mas o desprezo expresso pelo mandatário à vida.   Se trata, transposto à educação, ao desprezo pelos pobres e pelo desinteresse que as camadas mais pobres ingressem nas universidades.  Não é sequer por não querer (mas por não estarem nem aí)...É a política do "e daí?".  Provavelmente, o Enem será adiado, mas as perdas com essa resistência somente atormentaram o ambiente político, tornando-o mais venenoso para os brasileiros.
Mundialmente, o governo brasileiro é uma piada...fez do voto nas eleições o sinal claro dos limites impostos desse instrumento para a construção da democracia...temos um chanceler que alimenta um idiota interesse em proclamar a existência de "planos comunistas" chineses, mas sequer fez seu serviço diplomático na China alertar para os riscos que se avizinhavam... Deixou correr e estamos, em meio ao descaso federal do governo, no epicentro da pandemia...
Precisamos falar da Regina Duarte?

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Quando o Covid-19 for vencido...

Quando te falarem que a economia do Brasil decolava até o surgimento da Covid-19, desminta.  O seu interlocutor ou é mal informado ou mal intencionado


Paulistanos não poderão escolher cemitério onde enterrar parentes ...
Não existe disputa entre a economia e a saúde, existe descaso do fascismo com a vida

Estamos no terceiro mês de pandemia...as mortes no Brasil baterão rapidamente, em dias o número de 15 mil...ouvi dizer que chegaremos a 30 mil...  Momentos tristes como esse não tivemos na nossa história, dada a dimensão da pandemia. É um inimigo que está entre nós, invisível e sempre a postos para acabar com nosso organismo, nossas defesas e até nos matar... Já tivemos a tristeza das guerras, víamos o inimigo e a quem apontar nossas armas.  Não temos agora nenhum inimigo à vista além de nós mesmos.  Sabemos o que fazer, temos a ciência para tirar o efeito surpresa da cepa viral que nos ataca e transformá-la em uma vacina para os próximos anos.  Agora, sob o bombardeio, ficamos abrigados e escondidos no fundo das trincheiras...enquanto as baixas se acumulam.  A associação que fiz é conveniente, os militares nunca estiveram tão no poder como agora, justamente no período que - certamente - NÃO estamos sendo governados por ninguém no poder federal.  Uma nulidade fascista (sei que é redundância, mas dada a gravidade da situação, serve para ressaltar o momento)... A despeito disso, a sociedade está respondendo à altura nos estados.  Poderia ser pior, mas já é suficientemente ruim do jeito que está. A sociedade dará conta e é para o que vem a seguir é que temos que nos preparar.
Os bolsominions, ou os aprendizes de fascistas, negarão a responsabilidade na crise, apontando o Covid-19 como o responsável para a crise financeira que virá a seguir, ou mesmo, culparão os governadores e prefeitos pela tragédia econômica....são negacionistas, negam tudo, inclusive as próprias palavras.  É um segmento que beira a estupidez e é plenamente medíocre....basta ver que já transformaram o ex-ministro Moro em "comunista"...(em uma manifestação anti-moro, por esses dias, havia uma faixa garantindo que "nossas escolas não serão socialistas")... já defenderam a terra plana...e outros absurdos...mas principalmente, atacam diariamente a ciência, como um ente de viés ideológico. Atacam por negarem....negaram a misoginia, a homofobia, o racismo do mito...negaram que o "capitão" não era nada mais nada menos que um elemento insignificante nos estudos militares, um terrorista que fazia questão de anunciar planos de colocar bombas em quartéis (não por causas políticas ou ideológicas, mas por ganhos salariais), razão pelo qual foi chutado para fora do exército.  Foi um mal soldado, foi um péssimo parlamentar, ligando-se ao que tinha de pior oferecido pela criminalidade carioca, as milícias (uma conveniente aliança que permitiu a formação de "currais" de votos  para vereador, deputado estadual e federal)... trabalho mesmo, nenhum projeto aprovado....nada, nadinha.  Os aprendizes de fascistas negam isso e culpam o diabo (ou aqueles que se opõem), ninguém mais... 

Como seria o mundo se a Terra fosse realmente plana, segundo a ciência
Terra plana, tão absurda como o menosprezo do fascista pela vida

E vejo agora uma movimentação que parece buscar no Covid-19 e a ação dos governadores como os responsáveis pelo fracasso do modelo bolsonarista de gestão.  Na real, isso não existe.  Foi o próprio esgotamento do modelo neoliberal que alimentou a ascensão do fascismo, na figura do Bozo... Para o salvamento do modelo, havia no Brasil "problemas" que atormentavam o mercado financeiro.  Um deles é a insistência histórica de garantir legalmente os direitos dos trabalhadores.  Se nos governos neoliberais de esquerda, anteriores, houve uma tentativa de equilíbrio (ações contra os trabalhadores versus discurso social), o mercado financeiro, já cansado de tirar a carne dos ossos, queria quebrá-los e chupar o tutano ralo dos trabalhadores.  Chegamos ao impeachment da Dilma com mais de um terço da população endividada, afundada no crédito aos pequenos... ao mesmo tempo que o desemprego explodia... O capital, por seu lado, queria o tal tutano.  E o tal estava nos direitos garantidos.  Se o trabalhador prefere direitos ou emprego, tenho claro que essa pergunta é absurda e perversa...mas o que se passou é que sob o fascista, o mercado financeiro conseguiu que - sob a promessa do crescimento do emprego - as leis trabalhistas, que protegiam os trabalhadores, fossem flexibilizadas, para alegria daqueles que sempre puderam garantir seu lucro....o próprio ministério do Trabalho foi extinto...deixando um vácuo legal na defesa. O emprego não cresceu... Daí, veio o representante do mercado financeiro, um especulador por profissão, que se fez ministro de economia para entregar o que pudesse ao capital especulativo... Até a Casa da Moeda foi listada.  A promessa a seguir era a previdência, a previdência que tinha superavit para sua atividade fim, mas que foi predada para outros fins que não a previdência.  A reforma da previdência, o que significava tirar direitos ainda dos trabalhadores, forçando-os a morrer no trabalho e os afastando da aposentadoria definitivamente, como condição para o crescimento das vagas... Não deu.  Apenas houve, no misto da ausência de leis que garantissem os empregos de carteira assinada e o desestímulo com a remota possibilidade de aposentadoria, as vagas na informalidade cresceram na onda da luta pela sobrevivência.  A predação seria completa se não fosse a Covid-19 para confrontar a busca da elite pelos lucros. 
A informalidade que cresceu, dado que o governo Bozo se aproveitou muito para alimentar a falsa alegria pela "decolagem" foi impactada.  

Cai taxa de desemprego no Brasil, segundo o IBGE(foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
O desemprego já estava ruim em 2019, com as medidas econômicas jogou milhões na informalidade e os deixou vulneráveis e sem assistência do serviço público, precarizado e/ou destruído

A informalidade e o emprego pela sobrevivência significava a ausência de assistência social oficial, de saúde, alimentação etc...tudo negado pelo governo do fascista... O Serviço público precarizado e entregue à terceirização, desprezado pelos tecnocratas neoliberais (de esquerda e direita) foi por sua capilaridade, o responsável por responder pelos milhões de desassistidos... Quando falei do negacionismo dos bolsominions, a própria existência da doença era uma ameaça, logo foi negada.  Era a gripezinha, ou resfriadinho, combatido pelo uso da cloroquina...algo tão perverso, mas que que devia ser negada...para não ficar clara a (ir)responsabilidade das ações que levaram ao despreparo do Estado para dar uma resposta pronta ao avanço do vírus.  Nega-se a sua gravidade, apesar do avanço do número de vítima (se prevê tragicamente projeções de números que chegam a 30 mil mortos antes que a curva seja achatada...) ...  Como prática, esse despreparo (histórico, mas intensificado com a reforma da previdência e/ou a flexibilidade das leis trabalhistas, que colocou milhares na rua ou na informalidade) foi negado, culpando-se a China, os chineses, os comunistas.  O ridículo chanceler brasileiro chegou a propagar em seu blog o "comunavírus", um plano sino-comunista para tomar o mundo (me pergunto onde estava o serviço diplomático brasileiro na China que não avaliou a ameaça virótica, não alertou o cretino (me pergunto como idiotas desses passam pela Agulhas Negras ou Rio Branco sem serem despachados para sua insignificância) e não foram tomadas providências preventivas.  Afinal, a China é nosso maior parceiro comercial da atualidade.  Comunistas atuantes no mercado financeiros e bons pagadores.  Nem os fascistas conseguiram, mesmo desdenhando, trocar os chineses pelos norte-americanos, que continuaram nos ignorando como "compadres". 

O “Comuna” vírus — E a febre aftosa - Revista Subjetiva - Medium
Negacionismo e procura de culpados para os próprios fracassos: a linha de pensamento dos fascistas

Bom, para evitar esse negacionismo sobre o fracasso do fascista no poder (hoje mais incomodado com os ataques do seu igual Moro que com a morte de brasileiros), juntei alguns dados para contrapor os fascistinhas que tentarão dizer que foi o vírus que impediu a decolagem econômica do Brasil acima de todos..

1.  Os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), com base no ano passado (2019) indicavam uma forte desaceleração econômica para 2020, em queda aproximada de 5,3% na atividade econômica;
2. o mesmo FMI dizia em 2019 que o desemprego bateria os 14,7%;
3. Segundo o IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) seria de 1,1% em 2019, pior que o de Temer, no ano anterior, de 1,3%; 
4. Pouco mais de 44% das industrias de transformação se declararam em recessão, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI);
5. Os investimentos em máquinas, construção civil e pesquisa caíram 3,3% no quarto trimestre de 2019, diante de retração esperada de 1,9%. 
6. O desempenho da agropecuária registrou o pior desempenho anual do setor desde 2016 (-5,2%);
7. O setor de serviços teve queda de 0,4%, em dezembro de 2019, época de crescimento normal;
8. Eram contabilizados 12 milhões de trabalhadores desempregados e 40 milhões na informalidade
9. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que 14 mil obras estavam paralisadas;
10. Segundo o mesmo FMI, o PIB brasileiro terá uma retração de 5,3% e a possibilidade, se houver condições em um cenário propício, de uma retomada em 2021, de 2,9% ... em um mundo que sofrerá uma retração média de 3%...;
11.Por causa disso, a taxa média de crescimento do PIB brasileiro deve encerrar a década de 2020 no menor patamar da história, abaixo da década perdida de 1980.

Próximo capítulo: o que fazer para a economia brasileira reagir?






terça-feira, 5 de maio de 2020

Os sonhos cinéfilos do Bozo

"Nessa vida ou na próxima terei minha vingança"
(Maximus Decimus Meridius)

Esses dias longos de isolamento social, além de me deixar como cachorro em meio à mudança, tem me jogado para assistir, indiscriminadamente e de forma nada seletivo, os filmes que são oferecidos pela TV a cabo.  Sim, ainda uso...sei o que significa streaming e coisas que o valha.  Só não uso de sopetão essas plataformas....Demoro um pouco... Propositalmente, acho... é mais um papa-moedas que consome recursos salariais.  Até que a plataforma anterior se transforme em escombros, eu insisto.  E falta pouco: a programação da TV a cabo está horrível, está mesmo...

Eu sou o mito - Bolsonaro
Só no imaginário e com muita criatividade

De qualquer forma, não é isso que penso em escrever....penso no fascista que (não) nos governa.  Que ele é um estúpido, ignorante, uma vergonha para o país pelo seu despreparo e destempero, é notório...até a imprensa hegemônica, aquela que atende o que a elite do país, da burguesia, quer fala.  É um sujeito que sempre me surpreendi por ter passado pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército e posteriormente pelas Agulhas Negras...tidas como severas, rígidas... Comentei com diversos oficiais do exército de minha convivência (sim, eu tenho amigos tanto no Exército como na FAB), com quem me correspondo e, normalmente, estes afirmam que a surpresa é deles também, não pela rigidez do processo de formação de um oficial militar, mas de algo como o fascista ter conseguido manter-se... Isso aconteceu até conseguir conhecer um oficial, hoje no comando de uma unidade do Exército na região, que me esclareceu: o sujeito não era nada brilhante até nos bancos escolares, se livrando nas atividades físicas...e mais ou menos nas disciplinas exatas... Esse "mais ou menos", significa que se pendurava, ficando entre o mais ou menos, e mais para o menos... Na média, no entanto, o fascista, teve sua aprovação...

Nos tempos de cadete, Bolsonaro era bom atleta e médio em Economia ...
Pediu para sair, foi cuspido...por ser mau soldado

Assim , mesmo, parece que o desempenho dos cadetes é de suma importância para a carreira na caserna...não se trata de águas passadas...é um desempenho que pesa na escolha de unidades a ser lotado, a proximidade com pessoas importantes do comando, a significância do trabalho realizado e, principalmente, o reconhecimento profissional.  É estar sempre nos holofotes, em cargos de importância... Assim, quando há a formatura de um grupo de cadetes, já se sabe de antemão quem chegará ao comando décadas depois... Dessa forma, o Bozo, desde que trocou o espadim de cadete pelo de oficial já sabia que não se aproximaria do comando e não subiria, ou subiria com restrições, na carreira militar.  Não se razão, teria ido para os paraquedistas: a ideia é que essa unidade agrega os melhores...na verdade, por ser uma unidade operacional, prefere aqueles que se atém ao lado físico, de execução do trabalho sujo.  Bem ao gosto do fascista.  Lembrei-me do general Hugo Abreu e, um dos meus interlocutores explicou: o general estaria no PQD por ser "meio" rebelde" no período do regime militar, e uma exceção, mais por ter cacife para o comando do Exército e poder ser contido...
Falei tudo isso, mas a questão é: o Bozo é visivelmente um imbecilizado...não sabia o que era ser vereador, deputado estadual e federal e não tem a mínima cultura e preparo para ser presidente da República...Ele apenas navegou na preferência dos milicianos enquanto esteve no Rio de Janeiro (ao mesmo tempo que pregava a violência na luta contra o crime, condecorava maus policiais, ex-militares saudosos da ditadura...não fazendo absolutamente nada nos quase 30 anos de vida parlamentar)... De onde esse sujeito tira sua inspiração para ser tão bizarro? Alguém que fala ao público como se estivesse entre idiotas se embebedando durante uma pescaria...falando de mortes de cidadãos como se fossem multas de trânsito...ou ignorando a dor de nações como se nada acontecesse.

Presença militar se | Uma visão popular do Brasil e do mundo
Não é que parece mesmo uma careta?

Bom, assistindo TV a cabo, descobri uma tese:  o Bozo se instrui assistindo filmes na programação.  Definitivamente, ele mantém uma pistola na cabeceira (como declarou certa vez) da cama por causa de um filme (acho que é Invasão à Casa Branca,  dirigindo por Antonie Fuqua e estrelado por Gerard Butler - "ISSO É ESPARTA!!! - Aaron Eckhart e Morgan Freman)... É perfeito para explicar os repentes supostamente paranóicos....trata-se de um presidente acossado por um ataque norte-coreano e salvo por um ex-agente da CIA...  No caso de nosso fascista, creio que ele se vê - se instrui - como o presidente que faz coisas boas e justas, mas sendo o agente, que mata, mata, mata a dúzias os maldosos norte-coreanos... Lembram que ele fala e fala do "assassino" que o esfaqueou, que há uma conspiração opositora....pois é... lembram que ele quis abrir um corredor para a passagens de tropas norte-americanas para a invasão da Venezuela? ou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, molestando a comunidade árabe de todo mundo?  Pois é,  juro que posso imaginar que o sonho do presidente - inspirado nesse filme - é repelir um ataque de malvados comunistas interessados em suicidar-se (no filme, pulam na frente das balas do mocinho)... Por isso, a pistola, prevenir é melhor que remediar.  Dizem.

encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT...
E a pistola na cabeceira

Ah! há outro filme inspirador para o sujeito que hoje deveria nos governar.  É "O ataque", dirigido por Roland Emmerich, Paramilitares atacam o capitólio, por razões que norteiam o desatino, falta de reconhecimento e ambição de assessores (traidores! traidores! traidores!)  e é claro, encontram a resistência de um agente e do próprio presidente, que surpreende os espectadores com a coragem esperada de um líder...mata, mata e mata.  Nesse filme, tenho certeza, o Bozo acordou a Michele para mostrar a obra....a que veio.
Há outros filmes inspiradores (e até bons na ação), mas que tenho certeza que o fascista os utiliza para instruir-se e discutir com o general Heleno (aquele que faz careta quando pensa...conforme o Nassif afirmou e eu concordo)... Como "Salt" , com Angeline Jolie; "Força Aérea Um", com Harrison Ford; "A soma de todos os medos", com Morgan Freman....   Acho que o presidente lamenta muito o Covid-19 não ser uma organização terrorista, disposta a tudo para arrancar do poder o presidente - ex-soldado cuspido do exército - que - mesmo no seu imaginário mais infantil, é o baluarte da idade média no século XXI.  Deve ficar na frente do espelho, sacar a pistola de seu coldre, escondido entre o paletó e a camiseta do Palestra, e gritar: "E daí? É comigo? é comigo?"
Penso em mencionar também o filme "Gladiador" de Ridley Scott, e imagino que o Bozo, ao som de "Now we are free", enxergue nas lições políticas do filme a motivação para enxergar a conspiração ao seu redor,  as "abelhinhas" que lhe contam as coisas (e o impedem de receber relatórios da PF), os conchavos dos senadores republicanos...que querem por que querem o fim do imperador... Bozo deve deglutir esse filme, dormitando a cada momento, e vendo que o exército é decisivo para acabar com a tirania... Vez por outra, ele (o fascista) se identifica com as palavras de Comudus, vez por outra com Maximus... e em Lucius deve enxergar o perigo que seus rebentos 01 a 03 passam em vista dos conspiradores....

Se identifica com Maximus, mas quer ser Comodus

Eu falaria de "Pearl Harbor", dirigido por Michael Bay, mas custa acreditar que Bozo se sentiria um Einsenhower, no esforço sobre-humano de superar suas necessidades físicas, ficar de pé para motivar seus assessores a enfrentarem o inimigo nipônico.  Custo a crer, porque duvido muito que no arremedo de presidente que temos seja uma unha encravada do que foi aquele presidente norte-americano... 
Por fim... será que renuncia ou nos prolongaremos no impeachment?

Pearl Harbor (filme) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Pois é...