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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A CUT sendo PT, o PT sendo CUT



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Um dos comentários mais constantes em meio à turbulência política de países como o Equador, Chile, Argentina, Colômbia é justamente a falta de reação popular aos ataques fascistas dados contra os trabalhadores.  Em quase 11 meses completos de governo neoliberal de extrema direita, vimos desde a desmobilização de setores essenciais para a defesa ambiental, como de órgãos de direitos humanos... Seria pior se entre os próprios aliados do Bozo não tivessem alguns setores mais temerosos com as conseqüências... Tivemos a flexibilização das leis trabalhistas e a reforma da previdência como corolário dos ataques, aqueles que vão marcar profundamente por décadas a qualidade de vida dos trabalhadores.  O corte dos recursos em áreas sociais é outra ferida que sangra.. Mesmo assim, porque não há reação significativa?  Em primeiro, acredito, os eleitores ainda estão de namorico com o novo governo...acreditavam que algo mudaria e que poderia ser melhor, não bom, mas melhor do que antes.  Aliás, a situação sob governo Dilma poderiam estar melhores, ou menos piores, mas não boas...não esqueçamos isso.  O fascista apenas fez a coisa desandar para o abismo.  De boa, os governos anteriores, petistas, apenas administraram o capitalismo e a lógica neoliberal...não fizeram um "Q" para deter a implantação e até deixaram oferendas para o deus do capital entrar no país e se divertir. Falo da parcial, mas significativa reforma da previdência de 2003, onde - diante da estupefação dos trabalhadores, inclusive os aposentados, o PT abriu as baterias contra direitos estabelecidos por lutas sociais anteriores, travadas até pelos próprios militantes, como a cobrança de 11% para a previdência das aposentadorias...  Ainda mais se lembrarmos que o país adotou medidas impostas pelo Banco Mundial ao país e, em contrapartida adotou o discurso de que pagou a dívida externa....foi apenas uma manobra contábil..
Bom, o que passa é que o PT passou seus governo sem mudar significativamente o sistema, a economia e a política...administrou aquilo que criticava dando a ele um discurso social, nada mais... É evidente que isso trouxe constrangimentos, em especial nos movimentos social e sindical.
A CUT, principal central sindical do país e ligada ao PT, rendeu-se ao papel de caixa de ressonância do partido no governo, atenuando as conseqüências e até servindo de freio para greves e paralisações...ou seja, tornou-se notoriamente pelegas.  Dentro das universidades públicas federais, a implantação da EBSERH - empresa brasileira de Serviços Hospitalares, braço privado criado pelo governo Lula teve o beneplácito dos petistas e cutistas.  Boicotaram as atividades de protesto, mesmo que os hospitais universitários estivesse ameaçados pela privatização... 
O governo do fascista nada mais fez que tomar o que tinha nas mãos e aprofundou aceleradamente... Privatizou mais que o Lula e a Dilma (a própria não assinou a lei anti-terrorismo? que criminaliza os movimentos social e sindical) .
Ou seja, a coisa esteve imutável até quando o congresso tinha condições para votar à esquerda... Não votaram e pronto...ficaram as coisas como estavam e estão as coisas como estavam.  Um dado é que a direita tem tomado alguns cuidados para evitar o retorno da esquerda: o imposto sindical  foi abolido, o que levou à crise boa parte dos sindicatos brasileiros, em especial os ligados à CUT.  Estão sem dinheiro, demitindo e sem muitas condições para reagir.
Ao mesmo tempo temos um PT do Lula Livre se manifestando, ao mesmo tempo que querendo um retorno, quer um retorno sem maiores resistências nas ruas, contando com o degaste natural da direita.  E arrastando a CUT junta....  É um partido eleitoral que não quer o impeachment do fascista por que - supostamente - defende apenas a resolução através das eleições e não da pressão das ruas...  O Lula prima em dizer que não quer mudanças, mas mais justiça, mais competência na administração daquilo que já administrou. É uma alternativa eleitoral, não apenas política.  
Até o momento, não houve qualquer proposição com relação aos ataques.  Foi aprovada a reforma da previdência...e nada foi proposto para ser colocado no lugar caso o PT retorne ao poder.  Flexibilização das leis trabalhistas: nada...como esquecer que foi a CUT do ABC que propôs a supremacia das negociações locais, por empresa, sobre a legislação trabalhista.
Nada me tira da cabeça o pressentimento de que o embate que se dará é entre o neoliberalismo de direita e o da suposta esquerda....nada mudará, poderá ficar menos injusta, mas continuará carregando em si o seu cerne de exploração... 

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